A Hiena Estridente


Morava na floresta a Hiena Estridente. Era bichinho sorrateiro, cheio das camangas que adorava descer a lenha no alheio. Rei-Rainha das virtuoses, bastião de sensatez e da boa índole, punha-se como algoz da corrupção e dos trejeitos. Era uma Hiena do bem, dizia torto e direito para quem ouvido lho desse, e ingênuo fosse pra creditar fé de juízo. Era desta Hiena estridente que do alto da copa do sabugueiro o Macaco Risonho ria em cântaros vendo o mentiroso na mentira sua crer. Afinal, não era a própria Hiena, uma destas de falcatruas, de esquemas políticos florestais, de sonegação, de compras e aviltes? Ria muito então o Macaco, sabedor que era que o bom discurso por trás escondia sempre quase o mal feito.

Publicado na edição de sexta do Jornal Destak